quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O Comunismo, Marx e Engels (Parte - 4)

O maior objetivo de Marx e Engels era a criação de uma sociedade comunista de âmbito mundial. Esta forma de sociedade daria fim a todos os tipos de hierarquia das posições sociais e aos diversos níveis de autoridade.

Eram maximalistas, não aceitavam nenhuma forma de contemporização com o capitalismo ou o parlamentarismo. Viam o Comunismo como o último estágio da evolução humana.

Marx pretendia criar uma obra de vários volumes com uma análise crítica que abrangesse correlativamente política, economia, filosofia e sociedade. Após fazer um esboço da obra, iniciou-a com o volume sobre desenvolvimento econômico capitalista, em que tudo tinha que estar baseado em uma exposição científica do assunto. O resultado foi O Capital.

Primeira Internacional Comunista - 1864
A essa altura, Marx e Engels haviam ajudado a criar a Associação Internacional dos Trabalhadores. Ela acabaria ficando conhecida como a Primeira Internacional. Era uma organização cuja reunião inaugural fora realizada no St. Martins Hall no centro de Londres, em 1864, da qual participaram revolucionários de vários tipos. O objetivo da organização era acabar com o capitalismo na Europa e na América do Norte.









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Mikhail Bakunin
Comuna de Paris

Em seus últimos anos de vida, Marx esforçou-se para entender por que tantas certezas do primeiro volume de O Capital estavam sendo desmentidas pelos avanços econômicos. As complexidades que ele estava examinando anulavam nele a capacidade de uma visão sintética da realidade.

O maior obstáculo para a sintetização e sistematização do Marxismo empreendida por Engels após a morte se seu companheiro, estava no fato de que, à medida que o pensamento deles amadurecia e suas pesquisas prosseguiam, as ideias de Marx e Engels sofriam modificações. Eles eram afetados pelas mudanças que ocorriam no mundo que observavam. Certas vezes, adaptavam circunstancialmente suas opiniões em público visando objetivos imediatos.

Embora as prescrições deles carecessem da devida clareza, era inquestionável que Marx e Engels desejavam um movimento proletário empenhado em uma linha de ação unificada. Acreditavam nas vantagens de organizações de larga escala e pretendiam implementar isso na política e na economia, se algum dia chegassem ao poder. Para eles, disciplina revolucionária centralizada era a chave do sucesso.

A longo prazo, logicamente, achavam que a sociedade comunista daria oportunidades às pessoas para a busca da realização de seus anseios sem serem constrangidas por nenhuma espécie de Estado. Enfatizavam que, enquanto esse dia não chegasse, era necessário empreender uma luta firme e resoluta.

Não se vê em nenhum de seus escritos o reconhecimento dos méritos de procedimentos legais e constitucionais. Desprezavam a teoria liberal atinente à divisão de poderes. Exaltavam o tipo de sociedade em que o governo do "proletariado" não teria limites.

Acertaram em suas previsões quanto à:

- Marcha irreprimível da globalização.
- Maximização da tecnologia que minimizaria os custos de mão de obra.
- Disfarce utilizado pelos governos das diversas sociedades dos motivos de seu domínio.
- Consciência humana mutável.
- Rituais inventados para a aceitação da desigualdade.


Marx e Engels nada disseram de forma definitiva sobre o tipo de governo socialista que objetivavam. Às vezes, revelavam-se adeptos da tomada violenta do poder e da instalação de uma ditadura provisória. Doutras, recomendavam a ascensão pacífica ao poder. Silenciaram quanto às instituições e às políticas de ambos os tipos de governo revolucionário.

"A verdade fundamental nisso tudo é que eles expendiam mais esforços com elucubrações sobre a economia do capitalismo do que sobre a política de sistemas de governo socialistas."

Frase de Robert Service - Os camaradas pp 50.

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