segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O Comunismo, Marx e Engels (Parte - 3)

Karl Marx e Friedrich Engels foram os inspiradores do comunismo do século 20. Ninguém mais cativou as mentes da extrema esquerda política ou atraiu com tanta eficiência o interesse de outras mentalidades para essa visão de mundo. O Fascínio de seus escritos e suas formas de ativismo político foi tremendo. Poucas outras variantes da ideologia comunista foram submetidas a análises e considerações fora do seleto ambiente de grupos eruditos ou sectaristas.

Para a maioria das pessoas, o comunismo e o marxismo eram complementares. O tipo de comunismo que elas conheciam era de forma mais ou menos profunda, associado à interpretação proposta por Lenin e os realizadores da Revolução de Outubro de 1917, na Rússia.

Inglaterra Victoriana - Século XIX
Quando jovens, Marx e Engels associaram-se a círculos intelectuais de livres-pensadores e abraçaram a causa comunista. Acompanhavam avidamente os acontecimentos e assuntos de sua época. Detestavam restrições à liberdade de expressão impostas em sua terra natal, bem como as condições opressivas dos trabalhadores em seu país. Em 1843, deixaram a Alemanha, em busca de maior oportunidade para divulgar suas opiniões. Deslocaram-se incansavelmente entre Bruxelas e Paris e fizeram viagens frequentes a Londres. Em 1846, Marx criou um comitê de Correspondência Comunista. Juntos, escreveram um de seus panfletos mais influentes: "O manifesto comunista", um ano depois. Após os levantes e o agitado período revolucionário vivido na Europa em 1848, eles decidiram pelo exílio em Londres. Em 1849, o Reino Unido era o único país da Europa em que poderiam prosseguir com suas pesquisas, escritos e publicações sem receio de perseguição política.



Eles haviam declarado em O manifesto comunista: "Um fantasma ronda a Europa - o fantasma do comunismo. Todas as potências da velha Europa unem-se em uma aliança para conjurá-lo: o papa e o tsar, Metternich e Guizot, os radicais franceses e os espiões da polícia alemã.".

E continuam com certo exagero: "O comunismo já é reconhecido por todas as potências europeias como uma força em si.".

Em seguida, vem a convocação para a ação: "A história de todas as sociedades que existiram até os nossos dias é a história da luta de classes. Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, senhores e servos, mestres e oficiais, numa palavra: opressores e oprimidos, em oposição constante, travaram uma guerra ininterrupta, ora aberta, ora dissimulada, uma guerra que acaba sempre pela transformação revolucionária de toda a sociedade, ou pela destruição das duas classes beligerantes.".

A esperada transformação não ficaria restrita ao âmbito das "relações de propriedade". Em resposta a seus críticos, Marx e Engels admitiam que o comunismo "abole verdades eternas, elimina todo tipo de religião e toda moralidade, em vez de reconstruí-los sob novas bases; ele age, portanto, em oposição a toda a experiência histórica [sic]passada". Desejavam a abolição do instituto da família.

Resumiram seu pensamento de forma notável: "Os trabalhadores não tem pátria. Não podemos tirar deles o que eles não tem. Uma vez que o proletariado tem que conquistar, antes de mais nada, a supremacia política, ele precisa erigir-se em classe dominante da nação...".

Marx expôs sua análise da história recente da França em As lutas de classe na França e em O 18 de Brumário de Luís Bonaparte. Seu principal argumento foi que o curso das mudanças havia sido condicionado não pelo brilho de "grandes homens" ou por governos dinâmicos, mas pelos conflitos das classes sociais - e Marx asseverava que, com isso, as classes buscavam a consecução objetiva de seus interesses econômicos. O 'proletariado" francês vinha perdendo as frequentes disputas que travava com a burguesia desde o fim do século 18. Porém, Marx não desanimou. Ele afirmou em suas Teses sobre Feuerbach, obra escrita em 1845: "Até, hoje, a única coisa que os filósofos fizeram foi interpretar o mundo; mas o importante é transformá-lo."





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